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Mercedes Strickler Khalov,  morreu aos 84 anos no dia 8 de julho de 2001. Terminou seus dias  solteira e com muitos problemas econômicos. Faleceu na sala de Oncologia  do 'Hospital Esperanz'a de Santa Fé."
Assim dizia a crônica jornalística quando a 
Argentina celebrava o dia da Independência Nacional,  cinco anos atrás.  Se foi a musa inspiradora de um dos maiores Hinos de  Paixão já escritos.  "Era de uma beleza como poucas, grandes olhos  azuis transparentes, cabelo loiro como o trigal e de uma personalidade  segura e livre, com fortes raízes em sua terra..."
E assim nasceu 
MERCEDITAS, 
la "leyenda que palpita". Executada e escutada até hoje em diversas partes do mundo.  
Contam que 
Ramón Sixto Ríos  chegou a Humboldt (província de Santa Fé) como guitarrista de uma  companhia teatral. Uma noite foi a um baile no 'Salón Sarmiento', onde  havia muita gente, porém ficou deslumbrado por uma 'gringuita' de  vestido branco.
Tudo começou com uma profunda amizade que se  transformou em amor puro. Ríos, teve que voltar para Buenos Aires, porém  a promessa de continuar a relação por carta. Depois de 6 meses, retorna  a Santa Fé para pedir Mercedes em casamento. Ela contava com a  aprovação dos pais, porém não aceitou o convite. 
Meses depois a  jovem estava em casa escutando rádio, quando começou a tocar um lindo  chamamé que lhe chamou a atenção. Em seguida, ficou surpresa por notar  frases que Ríos havia dito a ela pessoalmente. 
Ramón Sixto Ríos  se casou com outra mulher, ficou viúvo e voltou a pedir em casamento a  musa da sua canção mais célebre. Ela, novamente disse que não. 
Esta  história de encontros e desencontros, deixou o sabor amargo de um amor  impossível a Ríos.  Para Mercedes, a proposta de um homem que quis  entregar seu coração e a nós uma das melodias mais belas.  Passam os  anos, porém a história renasce quando escutamos MERCEDITAS.
Merceditas  é um dos chamamés mais executados no Brasil. São incontáveis os grupos e  cantores (mesmo de outros ritmos) que gravaram e interpretam este lindo  chamamé em suas apresentações, tanto na versão em português e espanhol.   "Merceditas, la leyenda que palpita".
¡Qué dulce encanto tiene                        
en mi recuerdo, Merceditas,                  
aromada florecita,                                 
amor mío de una vez!                            
La conocí en el campo,                         
allí muy lejos, una tarde,                      
donde crecen los trigales,                     
provincia de Santa Fe.    
Así nació nuestro querer, 
con ilusión, con mucha fe. 
Pero no sé por qué la flor 
se marchitó y muriendo fue. 
Y amándola con loco amor, 
así llegué a comprender, 
lo que es sufrir, lo que es querer; 
porque le dí mi corazón. 
Como una queja errante 
en la campiña va flotando 
el eco vago de mi canto, 
recordando aquel amor. 
Pero, a pesar del tiempo 
transcurrido, es Merceditas 
la leyenda que palpita, 
en mi nostálgica canción. 
Así nació nuestro querer, 
con ilusión, con mucha fe. 
Pero no sé, por qué la flor 
se marchitó y muriendo fue. 
Y amándola con loco amor, 
así llegué a comprender, 
lo que es sufrir, lo que es querer; 
porque le dí mi corazón. 
--- em português
Que doce encanto traz a minha lembrança
Mercedita, minha flor a mais bonita
Que uma vez tanto amei
A conheci no campo há muito tempo
Numa tarde onde crescem os trigais
Província de Santa Fe;
E assim nasceu nosso querer
Com ilusão com muita fé
Mais eu não sei porque a flor 
Foi murchando até morrer
E amando-lhe com louco amor
Assim cheguei a compreender
O que é querer o que é sofrer
Por ter lhe dado o coração
E como vento errante nas poçilhas
Vai sobrando um eco vago do meu canto
Vai lembrando aquele amor
Mas apesar do tempo já passado
És Mercedita a lembrança que palpita
Na minha triste canção
Extraido do site: www.chamame.com.br